“Fame” por Nuno Reis

Podia ter sido o remake mais aguardado do ano. Ressuscitar um musical da década dourada de 80 é receita garantida de sucesso. Se for um com a importância de “Fame” as expectativas serão redobradas. Este foi o fenómeno de culto de toda uma geração. As suas músicas e personagens são eternas, na maioria dos casos apenas este filme separa os actores do esquecimento. Em 2009 renasceu o mito. A campanha anunciou ao mundo o regresso e pessoas receosas foram ver. Mas esta já não é a Generation Fame e faltaram as multidões. Só tinha a fama e teve o proveito correspondente: 42 milhões nas bilheteiras a nível mundial.

Estamos no novo milénio e a Escola Secundária das Artes Performativas continua a seleccionar os melhores para os seus cursos. Canto, música, dança, actuação, aqui os dotados jovens nova-iorquinos têm todo um leque de artes disponíveis para complementar os seus estudos ao mais alto nível. Milhares tentam, duas centenas conseguem entrar. Desses muitos desistem do curso, outros da carreira e outros da vida. O seu crescimento numa cidade que espezinha as pessoas, com uma especialização numa profissão onde a competição obriga ao uso de todas as armas, vai ser duro. Neste filme vamos acompanhar meia-dúzia desses prodígios ao longo do curso, a etapa que vai definir o seu futuro e marcar as suas vidas.

Neste “Fame” temos Jenny, uma candidata a actriz muito ingénua, tímida e abaixo do potencial. Denise entrou para tocar piano clássico e acabou a cantar música moderna, sendo uma estrela em ambas as áreas. Alice é rica, linda e talentosa. Tem tudo o que quer e o curso será apenas mais um passo. Marco é excelente cantor e boa pessoa, a vida dele só é complicada por aqueles de quem gosta. Malik tem muita raiva contida, se não a usar correctamente será um excelente actor, caso contrário nunca será ninguém. Joy é grande actriz, mas não para encaixa no modelo da escola por ser terrível aluna. Neil é realizador com partes iguais de genialidade e excentricidade. E finalmente temos Kevin a quem dizem de início que não será fácil, mas nunca desiste.
Estes são oito dos jovens que vamos acompanhar. Há mais, mas a memória não chega para tudo e exageraram. Concentram ainda todo o curso num só filme, com poucos acontecimentos em cada ano. Não se consegue juntar tantas vidas em tão pouco filme. Muito fica por dizer, as mensagens que passam são vagas, o filme falha por completo. O ponto-chave era a música, e a nova não chega aos calcanhares da original…
A ver apenas caso o antigo comece a parecer menos bom.