“Master and Commander” por Nuno Reis

Numa época do ano que a todas as semanas há um lançamento sonante (e este ano teremos “Lord of the Rings III“, “Harry Potter II” e já para a semana “Finding Nemo“) este épico é o mais atractivo para a semana cinematográfica que começa.
A história desenrola-se num navio britânico, o “Surprise”, que percorre a costa brasileira. Esse navio é comandado por Lucky Jack (Russell Crowe) e tem uma tripulação que se dedica de corpo e alma à causa, vencer Bonaparte em todo o mundo para manter a Inglaterra a salvo dessa ameaça.
Tudo corre bem no navio até serem fortemente danificados por um navio francês que os perseguia e que lhes é superior em tudo e em todos os aspectos inovador, praticamente invencível.
O seu capitão recusa-se a aceitar a derrota e mesmo com o navio em mau estado, parte em busca de vingança, para impedir que esse vaso de guerra se possa juntar à já suficientemente poderosa armada napoleónica.
A aventura desses homens será surpreendente pois enfrentam em simultâneo os franceses, a Natureza e a amargura tendo como maior inspiração o seu intrépido comandante e o distante e lendário Nelson, cujo nome é referido inicialmente para alegria de um rapazinho amputado e que será mantido ao longo de toda a história como modelo de coragem para toda a tripulação.

A realização do filme é baseada num bom argumento, é pena basear-se apenas em estratégias navais clássicas, e está nas mãos de um dos maiores realizadores da actualidade. Apesar de ser um filme bastante previsível vê-se bem. O filme começa bastante pesado, com um quase massacre marítimo que nos faz ficar bastante ligados com aquela equipa e depois desse extremo de violência tudo o resto é facilmente visto. O barco como cenário é abandonado bastante antes de o filme se tornar claustrofóbico e alguns detalhes sobre os homens que não são apenas heróicos marinheiros evitam que o filme se torne enfadonho.

A nível de interpretações Russell Crowe fez o que se esperava de alguém tão conceituado, Paul Bettany volta a provar ser um grande actor (como já antes em “Dogville“, “A Knight’s Tale” e também com Russell Crowe em “A Beautiful Mind“) e alguns jovens começam já a dar nas vistas com especial destaque para Max Pirkis que tem uma das personagens mais fulcrais e difíceis que era possível neste género de filme.