“What a Girl Wants” por Ricardo Clara

Transporta para o ecrã todas as fórmulas gastas e evaporadas da busca incessante, da dificuldade e quase abandono até ao final feliz. Um típico filme para ser visto não numa sala de cinema, mas sim num divã de psicanalista.

Inova sim na apresentação da química homem / mulher numa relação pai / filha, relegando a habitual relação de um casal para segundo plano, o que de facto é um ponto menos visto nos filmes do género. A história desenrola-se sempre num único sentido (o da saída), sendo completamente previsível, só consegue levar o público às gargalhadas quando deixa a tentativa de humor falado para humor físico (triste desenrolar da maioria das comédias actuais). Daphne apaixonar-se-à por um jovem inglês, multifacetado, pois é arrumador de carros, porteiro e recepcionista de um pequeno hotel e ainda vocalista de uma banda que toca em todos os casamentos e festas da realeza daquele país, podendo (que coincidência) encontrar-se sempre com a sua amada. Com as suas atitudes nada aristocráticas, a pequena nova-iorquina quase destrói as pretensões políticas do seu pai e de toda a família Dashwood. Curiosidade interessante é a presença neste elenco de dois actores desconhecidos, mas que têm duas fugazes aparições no filme: Peter Hugo e Elizabeth Richard, dois actores que interpretam o Príncipe Carlos e a Rainha de Inglaterra, e que têm semelhanças impressionantes com os caricaturados (não sendo de estranhar o facto de ambos já terem interpretado este papel por diversas ocasiões em outros filmes).
A beleza dos olhos de Bynes poderá convencer muitos espectadores, mas a falta de rigor na realização não irá decerto convencer nenhum cinéfilo mais atento.