“Chaos” por Nuno Reis

Quentin Conners é um polícia afastado do cargo por uma perseguição que acabou com a morte de uma refém. Dois meses depois, no decorrer de um assalto a um banco, os criminosos exigem que seja ele o negociador. Conners volta rapidamente ao serviço, onde lhe impõem um novo parceiro, e irá dar tudo por tudo para que a situação seja resolvida, mas os criminosos escapam misteriosamente na confusão. Os laços entre os dois agentes ganham força e ambos irão aprender que em conjunto conseguem mais facilmente resolver o caso.

Os actores escolhidos encaixam perfeitamente no papel pois estão no seguimento dos filmes anteriores. Conners é interpretado por Jason Statham, o ex-nadador interpreta um homem implacável, consciente dos seus actos e socialmente responsável. Há um ano atrás, em “Transporter 2”, interpretava um ex-marine que tem de enfrentar uma máfia. Para este filme é mais limitado fisicamente mas os valores morais por trás são os mesmos. Para interpretar o novato Shane Dekker o escolhido foi Ryan Philippe. Tal como em “Crash” é um polícia jovem que terá como parceiro um excelente profissional conhecido pelos seus erros. Mas ao contrário do que sucedeu no filme oscarizado aqui o polícia de Philippe não comete erros e vai amadurecendo, torna-se um polícia implacável perfeitamente capaz de resolver o caso sozinho.
Entre os secundários não há grandes nomes, o comissário da polícia (Henry Czerny) foi o adjunto de Statham em “The Pink Panther”, Nicholas Lea tem muita experiência televisiva e Justine Waddell, apesar dos seus 30 anos, tem apenas uma dúzia de filmes. A participação de Wesley Snipes é bastante breve, tem uma personagem fundamental e aparece por quase 10 minutos.

O assalto perfeito é um tema frequentemente utilizado no cinema, sendo os exemplos mais recentes os da saga “Ocean’s Eleven” e “Inside Man”. Em “Chaos” ficam aquém desses títulos mas considerando a insistência no tema não se sai mal. Não tem nada de inovador, e quando tenta explicar as reviravoltas – simples mas eficazes – que a história dá, entra em demasiado detalhes, quebrando a acção e insultando a perspicácia do espectador. É um filme tão violento como aqueles a que Statham e Snipes habituaram os fãs, e Philippe tem um grande papel que confirma a fase ascendente que está a atravessar profissionalmente. Quem não for ver por causa de um destes actores ficará um pouco desiludido.