“Halloween” por Nuno Reis

O “Halloween” de Carpenter está prestes a fazer trinta anos. Tirando o mítico “The Thing” este é seguramente o maior e mais importante trabalho de um daqueles realizadores que se responsabiliza não só pela criação do género fantástico como por o tornar num fenómeno de massas bem lucrativo. Rob Zombie é um dos nomes maiores do novo cinema de terror. O seu público derivou dos adeptos da música e nem sempre são entendidos em cinema, gostam apenas de ver os trabalhos pouco convencionais de alguém chamado Zombie. Como fã de Carpenter, Zombie decidiu fazer um remake ao início da saga Halloween. Este nono filme traz-nos um Meyers mais jovem que dá os seus primeiros passos na matança. Meyers forma juntamente com Jason e Freddy aquele trio de “ainda bem que não são reais”. O que Zombie faz é mostrar que Mike Meyers – não confundir com o actor cómico canadiano – não é assim tão extraordinário e tal como os outros dois ainda pode ser maltratado no cinema.

O pequeno Michael é uma criança problemática, que faz parte de uma família problemática. No meio da disfuncionalidade ninguém se preocupa com o rapaz até que, numa vulgar noite das bruxas, massacra todos os ocupantes da casa mais velhos do que ele. Condenado a perpétua num hospital psiquiátrico, Mike cresce até se tornar o gigante psicopata que tão bem conhecemos. Dezassete anos depois algo desperta o monstro adormecido e nenhuma porta da prisão parece capaz de o segurar e impedir uma nova carnificina na noite de Halloween.
Fiquei francamente desiludido pelo filme. Já não esperava muito, mas sendo um Halloween, mais um Halloween, era obrigatório que fosse minimamente bom. Este remake é um insulto ao original. Não é terror, não é gore, não é suspense, no máximo será um boletim informativo futurologista, visto que o espectador fica a saber tudo o que se vai passar com uma boa antecedência. Tem várias mulheres em topless aos gritos, se não fosse o Mike a dar cabo delas seria qualquer espectador porque pela qualidade das interpretações é bem merecido.
Resumindo, Rob Zombie decidiu fazer a sua versão do filme e em vez de mostrá-lo aos amigos decidiu mostrar ao mundo. Se não fossem algumas cenas como o camionista na casa de banho (com Ken Foree, que participou em ambos os “Dawn of the Dead“) o filme seria um lixo, assim é promovido a ridículo.