Cabin Fever

Karen: Bert, what the hell is that?
Bert: Huh? Oh, I’m gonna go shoot some squirrels.
Paul: Why would you wanna kill squirrels?
Bert: ’cause they’re gay.
Karen: Bert, don’t be a fucking retard.
Bert: I’m kidding. I don’t care if they’re gay or straight, I’ll kill ’em either way.

Estreou no passado dia 20 “Cabin Fever”, aquele que foi possivelmente o filme mais aguardado nesta última edição do Fantasporto. O filme tinha estado na programação de 2003 mas por atrasos na produção só foi exibido este ano, valeu a espera.
A história centra-se num grupo de jovens que decide ir passar uns dias no campo, longe da confusão e dos problemas, em harmonia com a Natureza e uns com os outros. Apesar de uns problemas no início o tempo é muito bem passado até que, quando estavam reunidos à volta da fogueira, surge um indivíduo. A partir dai nada corre bem, ficam contaminados com uma estranha doença que lhes consome a carne e vão morrendo um a um, por culpa desse homem que se atirou em chamas para o rio.

O filme é realizado por Eli Roth, um nome desconhecido da maioria que se revelou neste filme. Entre os nomes ligados ao projecto está o de David Lynch e uma curiosidade interessante é que Peter Jackson pausou a produção de “The Return of the King” por três vezes para assitir ao filme. Com essas notícias a circularem nao admira que o filme tenha sido o recordista (entre os filmes de terror) de bilheteiras de 2003.
Em termos de argumento está bom, é um clássico filme de terror para adolescentes, tendo a vantagem de ser baseado em dados verídicos. A doença existe realmente, é causada por uma bactéria e um dos actores que tinha sofrido da mesma, garante que a caracterização está perfeita. Por acaso o único troféu que o filme ganhou foi o de caracterização, no festival de Sitges.

Como filme de terror está longe de ser uma referência, está bem conseguido e o desenrolar da história é à velocidade ideal. Tem alguns detalhes de filmes clássicos dos anos 70. O romance que surge entre duas das personagens é aquilo que realmente prende o espectador, pois a doença é a única coisa que os pode separar e torcemos até ao final por eles. O filme proporciona-nos alguns bons momentos cómicos, o que não era suposto num filme de terror, mas pela forma bastante ligeira como a situação é encarada o terror é apenas psicológico. Como é um filme feito para adolescentes não tem personagens bastante desenvolvidas, resume-se aos estereotipos de casal de namorados, casal apaixonado que não o admite, e um jovem brincalhão, a “mascote” do grupo.

O filme não é uma obra de arte mas nesta época de escassez de terror de qualidade para os amantes do género, esta não é uma má escolha. Comparando com outros vistos na mesma ocasião no Fantasporto este está acima de “Wrong Turn” (já estreado) mas abaixo de “The Locals”, uma brilhante obra neo-zelandesa (mais uma) que consegue ser bem assustadora mas que ainda não tem data para estreia cá apesar de já ter sido vendido para 40 países.