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20 anos na fila da frente

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O Ano da Morte de Ricardo Reis

Botelho é um contrasenso. Por um lado, é dos poucos cineastas da velha guarda que se sabe vender nos tempos modernos. Não só o jogo duplo de filme e mini-série que permite receber mais apoios e chegar a mais espetadores, mas especialmente as digressões com os filmes, chegando ao público que nunca veria os filmes (e em espaços onde essas entradas contam para a bilheteira oficial do filme e para os próximos subsídios). Nisso é mais astuto que muitos dos jovens que ainda não perceberam como se devem vender. Pelo outro, tenho sempre dificuldades em considerá-lo realizador de cinema pela extrema teatralidade das suas obras. O recente refúgio em clássicos da nossa literatura veio agravar essa faceta. Devo dizer que não gostei da sua visão d’ “Os Maias” e esperava algo semelhante para esta obra de Saramago, mas, mais uma vez, o livro era tão importante para mim que tive de arriscar e ver o filme. E fiquei agradavelmente surpreendido.

Comecemos por falar sobre Ricardo Reis. Um poeta horaciano (que tem como tema a brevidade da vida e a importância de se disfrutar de cada momento) que por acaso no regresso a Lisboa encontra no hotel uma Lídia, um dos nomes predilectos para os seus escritos românticos. Nesse mesmo hotel cruza-se com Marcenda, um nome mais invulgar para poemas, mas que também o arrebata. O solitário médico pode estar a precisar de mais companhia do que gosta de admitir. Enquanto isso, a PIDE investiga o médico que regressou do Brasil num momento tão oportuno. Na verdade o que o trouxe de regresso à pátria, foi a morte de Pessoa. Dizer que Reis e Pessoa eram amigos próximos não é suficiente. Eles eram mais do que irmãos. Eram facetas complementares do maior agregado de poetas da humanidade que escreveu sob dezenas de heterónimos e em diferentes idiomas. Por um lado eram todos diferentes, mas no seu âmago partilhavam uma alma.
E para criar um diálogo entre eles, quem melhor que Saramago? Ainda que na sua vida pessoal fosse comunista, na sua obra é um humanista, esplorando a humanidade e as pessoas antes de tudo o resto. Através de um estudo do monarquismo, do Estado Novo e da literatura pessoana, criou uma obra intemporal, com a requintada ironia de pegar no esoterismo de Fernando e na solidão de Ricardo para fazer o vivo falar com o morto.

O brasileiro adoptivo Chico Díaz foi escolhido para dar vida à personagem principal. O seu rosto familiar de tantas obras foi uma escolha arriscada, mas convence depressa. Como Lídia, temos uma enorme Catarina Wallenstein, uma escolha perfeita. E claro, para a suplantar, apenas Victoria Guerra. Botelho filma a preto e branco com uma fotografia cuidada, levando-nos de volta para os anos 30 e 40. E a terceira cena com Marcenda… faz lembrar quando Ilsa entra no Rick’s Café e nos esquecemos de respirar. Devo dizer que Guerra me parecia demasiado velha para o papel, mas honestamente, quem mais teria esse efeito? Uma nota ainda para Rui Morisson que estava perfeito no seu pequeno papel. Luis Lima Barreto não encaixava no Pessoa que imaginei, mas tem uma calma e um porte que se adequam a um indivíduo que detém o derradeiro conhecimento e a maior experiência que a vida nos dá. Em suma, foi um casting surpreendente, mas que funciona. Tal como o filme.

Mais uma vez o exagero teatral do realizador é algo que se estranha, mas neste caso até se entranha. Porque nos transporta visualmente para a juventude do Cinema, quando a sétima arte ia beber ao Teatro e se apoiava em boas histórias. grandes interpretações e uma esmerada fotografia.”O Ano da Morte de Ricardo Reis” tem tudo isso. Uma história relevante e sempre actual. Actores que após o primeiro visionamento se tornam a única opção para tais personagens. Um requinte visual não homogéneo, mas nas cenas certas para se tornar memorável.

Seja o inimitável Pessoa pela sua criação de heterónimos, seja o enorme talento literário de Saramago para criar as bases de um argumento que nunca poderia dar um mau filme, ou sejam os contactos e experiência de Botelho para gerir uma produção muito mais ambiciosa do que esperariamos. graças a uma invulgar combinação de fatores estamos perante um filme que funciona. Tem quase tudo o que é relevante do livro (recomendo a leitura antes para apreciar pequenas subtilezas na mente de Reis que não passaram para os diálogos), faz um bom resumo da enquadramento histórico para nos lembrar que estamos perigosamente perto de um retrocesso e ainda que não seja um grande filme no seu todo, a soma das partes justifica o visionamento.

The Year of the Death of Ricardo Reis

20202 h 09 min
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Overview

Fernando Pessoa, um dos maiores escritores da língua portuguesa, criou um imenso mundo paralelo e vários heterónimos para suportar a solidão do génio. José Saramago, Prémio Nobel da Literatura de 1998, faz com que um dos heterónimos de Pessoa, Ricardo Reis, regresse a Portugal após 16 anos de exílio no Brasil. O ano de 1936 é perigoso, com o fascismo de Mussolini, o nazismo de Hitler, a Guerra Civil Espanhola e o Estado Novo de Salazar em Portugal. E Fernando Pessoa encontra a sua criação, Reis. Duas mulheres, Lídia e Marcenda, são as paixões carnal e impossível de Reis. "A Vida e a Morte como uma só" permite a literatura e o cinema.

Metadata
—
Director João Botelho
Writer —
Runtime 2 h 09 min
Release Date 1 October 2020
IMDb Id tt9455436
Details
Movie Media —
Movie Status —
Movie Rating Not bad
Images
Actors
Starring: Chico Diaz, Victoria Guerra, Catarina Wallenstein, Luís Lima Barreto, Dinarte Branco, João Barbosa, Márcia Breia, Luísa Cruz, Gustavo Vargas, Luís Lucas, Ricardo Aibéo, Marcello Urgeghe, Cláudio da Silva, Pedro Lacerda, Paulo Filipe, Dinis Gomes, Hugo Mestre Amaro, André Gomes, Rui Morisson, Solange Santos, Rafael Fonseca, Hugo Silva, José Martins, Francisco Tavares, Alexandra Rosa, Carolina Serrão, Bruno Ferreira
Filmes Filmes 2020 Nuno Reis

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