West Side Story (1961) Apesar de ser eternamente associado ao clássico de Natal “The Sound of Music” e de eu apreciar mais as suas incursões no fantástico (The Andromeda Strain, The Day the Earth Stood Still, The Haunting ou Star Trek), Robert Wise será para sempre recordado como o homem que imortalizou “West Side Story” em película. Uma obra icónica dos palcos foi prontamente convertida para cinema e o êxito foi tal que arrecadou dez estatuetas nos Oscares, o quarto melhor resultado de sempre. Tal como na versão para os palcos, basta dizer que foi criado por Leonard Bernstein e Sondheim para assegurar enorme sucesso. O tema inicialmente pensado para a “East Side Story” era uma adaptação de Romeu e Julieta sobre os judeus e católicos no Lower East Side. Entretanto, a realidade da sociedade desviou o tema para a parte ocidental onde decorria um conflito que retratava a situação do país. Nos anos 50 os Estados Unidos estavam com vários problemas internos. O pós-guerra não trouxe apenas uma guerra fria, mas enormes tensões raciais. Por exemplo, foi em 1954 que se começaram a abolir as leis de segregação na educação de Jim Crow e foi em 1955 que Rosa Parks não se ergueu. A chegada de vários imigrantes porto-riquenhos – tratados cidadãos de segunda categoria há mais de um século – em plena crise económica e em fase de gentrificação, levou a confrontos. Este filme pegou no tema e colocou de um lado os Jets, americanos de origem europeia e há mais tempo no país que se acham os únicos americanos de pleno direito, a atravessarem uma crise económica, e do outro os Sharks, porto-riquenhos que tinham atravessado meio mundo para o melting pot que é Nova Iorque em busca de trabalho e do prometido sonho americano. Como no caso das famílias Capuleto e Montague, dois jovens que os Jets e os Sharks assumem como “seus”, conhecem-se por acaso e ficam atraídos por uma pessoa que lhes é proibida. Alheios aos problemas que causam e à raiva que fermenta, vão desenvolvendo sentimentos de amor. Conseguem fugir por entre as gotas da chuva, até ser marcado um conflito final que é suposto resolver a situação de uma vez por todas. E o que podem dois apaixonados fazer para evitar o derramento de sangue em nome do preconceito? Sendo eu um fã assumido de musicais, nunca fiquei totalmente convencido pela que é dita como mais majestosa obra do género. Sim, a abertura é imponente, seja pelo genérico invulgar, pelo estalar de dedos e pelo genial exposição de como se torca posições num jogo do rato e do gato consoante o número de elementos em cada equipa. Mas… e depois disso? As músicas são icónicas, só não dou por mim a cantar nenhuma delas por impulso. E quando canto, são apenas excertos. O elenco tem a enorme Natalie Wood a fazer-se passar por latina, o que se perdoa à menina querida do cinema de então, mas todos os outros são banais. Nem a aclamada Rita Moreno é tão evidente majestosa como supunha pelo que se dizia. Sem a devida bagagem histórica, é apenas uma transposição dos palcos para o ecrã (especialmente no que diz respeito à construção de cenários) de uma história muito ao gosto dos EUA que o resto do mundo tem dificuldade em interiorizar. E por ter visto depois da aventura nos Alpes onde muitos dos truques e tique pessoais de Wise são reaproveitados, só o estilo musical traz algo de novo. E isso pelo detalhe de incluir jazz, o que também pode funcionar bem com o público original, mas do outro lado do mundo não é tão eficaz. Músicas como “America” e “Somewhere” são imortais, “Tonight” e “I Feel Pretty” são engraçadas, mas não é um musical que pusesse nos meus tops. O desafio de refletir sobre questões de humanidade e justiça volta a ser relevante na época em que vivemos, com refugiados aos milhões e desconfiança sobre tudo e todos, mas não é este filme que muda mentalidades de quem odeia. Apenas angustia quem sofre com os trágicos protagonistas. Apesar de terem criado um calão próprio para não ficarem datados, ficou irremediavelmente preso à sua época. West Side Story O ecrã alcança uma das grandes diversões na história do cinema. 19612 h 31 min Click an icon to see more Overview Nos bairros de lata do Upper West Side de Manhattan, Nova Iorque, um grupo de adolescentes polaco-americanos chamado Jets compete com um grupo rival de recém-chegados porto-riquenhos, os Sharks, para "dominar" as ruas do bairro. As tensões são elevadas entre os gangues, mas dois românticos, um de cada gangue, apaixonam-se, levando à tragédia. Metadata — Director Robert Wise, Jerome Robbins Writer — Runtime 2 h 31 min Release Date 13 December 1961 IMDb Id tt0055614 Details Movie Media — Movie Status — Movie Rating Good Images No images were imported for this movie. Actors Starring: Richard Beymer, Natalie Wood, Rita Moreno, George Chakiris, Russ Tamblyn, Simon Oakland, Ned Glass, William Bramley, Tucker Smith, Tony Mordente, David Winters, Eliot Feld, Bert Michaels, David Bean, Robert Banas, Scooter Teague, Harvey Evans, Tommy Abbott, Susan Oakes, Gina Trikonis, Carole D'Andrea, Jose De Vega, Jay Norman, Gus Trikonis, Eddie Verso, Jaime Rogers, Larry Roquemore, Robert E. Thompson, Nick Navarro, Rudy Del Campo, Andre Tayir, Yvonne Othon, Suzie Kaye, Martin Abrahams, John Angelo, John Astin, Francesca Bellini, Jacqulin Cole, Roy Goldman, Elaine Joyce, Priscilla Lopez, Lou Ruggiero, Penny Santon, Pat Tribble, Gary Troy, Marni Nixon, Nobuko Miyamoto, Roxanne Tunis Uncategorized