E saber parar?

A febre dos remakes e sequelas está descontrolada. Desde o remake de “The Day the Earth Stood Still” ou do rumor da versão americana de “Oldboy”, e a passar obrigatoriamente pela sequela de “The Thomas Crown Affair”, tudo serve para tentar sorver mais uns trocos aos incautos cinéfilos.

Agora… Bom, o que agora se segue enerva-me. Nos anos 80, palco de um novo cinema pop, do crescente uso de efeitos especiais ou do aparecimento em força das teen comedies, uma comédia em especial entreteu à brava todos os que a viram, e este vosso escriba não foi excepção: “Beverly Hills Cop” (1984). Aí, explodiu um dos maiores sucessos da comédia norte-americana, Eddie Murphy, no papel do detective da polícia Axel Foley. Aliás, esta década foi de ouro para o nova-iorquino, com filmes como “48 Hrs.”(1982), “Trading Places” (1983), “The Golden Child” (1986) ou “Coming to America” (1989) a marcarem definitivamente uma época do cinema norte-americano.

Ora, a sede do dinheiro leva a que, depois do hediondo “Beverly Hills Cop III” (1994), e 14 anos depois, os estúdios já tenham na sua posse um rascunho do argumento de “Beverly Hills Cop IV”, ou “Beverly Hills Cop 2009” (este título ainda piora as coisas), que deverá estrear em 2010. Não só a ideia é anormal, como não faz sentido nenhum: como é que será possível adaptar Foley ao século XXI? Com um bom par de argumentistas, responde o meu estimado leitor. E se a ele eu lhe disser que a dupla que escreve este novo tomo são Michael Brandt e Derek Haas, autores de obras grandiosas como “2 Fast 2 Furious” (2003) ou “Wanted” (2008)? Agora fica sem reposta.

Um apelo sincero seria o de deixar Foley em Detroit, ou mesmo em Los Angeles, mas não o obrigar a andar de um lado para o outro, quando já deveria era estar na reforma.
Ah! E não nos esqueçamos que Eddie Murphy só protagonizou títulos bizarros nos últimos anos (que dizer de “Doctor Dolittle”, “Holy Man”, “Nutty Professor II: The Klumps”, “The Adventures of Pluto Nash”, “Daddy Day Care” ou “Norbit“?). Sim, esteve no elenco, e bem, de “Dreamgirls” (2006). E depois? Eddie 1 – 100 Lixo.