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20 anos na fila da frente

“Orfeu Negro” por Nuno Reis

Nuno Reis, May 7, 2013
Hoje em dia a indústria cinematográfica brasileira é uma referência. Pode não ser um colosso a nível mundial, mas, pelo menos à nossa escala, devíamos por os olhos no que o país irmão tem vindo a fazer nos últimos anos. Vários realizadores conceituados, paisagens deslumbrantes, pessoas únicas, uma cultura com muito encanto e algo de magia, uma política razoável de incentivo ao mecenato, “tem tudo para dar certo”. Mas antes não era assim. Tinham as paisagens, as pessoas, a cultura. Faltava a indústria. Para isso os estrangeiros muito contribuiram. Antes de Anselmo Duarte e o seu “O Pagador de Promessas” conquistarem a Palma, Marcel Camus apresentou o Brasil ao mundo com “Orfeu Negro”, uma reinvenção da mitologia grega onde não falta Hermes, Eurícide, Cerbero e Carnaval. Venceu Cannes, o Globo e o Oscar de filme estrangeiro, não se podia pedir mais.

“Orfeu da Conceição” foi escrito por Vinicius de Moraes com tudo aquilo que caracterizou a obra do poeta. Tem tanta dor como amor, tem um Brasil autêntico, sem medo de se expor no melhor e no pior (onde incluo violência, anafalbetismo, incapacidade de gerir o dinheiro). E a música é de Tom Jobim, também ele um perito quando se trata de afirmar a cultura brasileira no palco mundial. Claro que essa peça de teatro podia parecer um pouco arrojada quando se fala do Brasil dos anos 50. Levar Orfeu para as favelas não é propriamente fácil. Muito mais fácil ficou a tarefa de Camus: levar as favelas para o teatro grego. Filmes assim não exigem talento, saiem espontaneamente. Como podia um francês dizer a um brasileiro como festejar o Carnaval? A única coisa a fazer é rezar para que a acção só comece depois da câmara estar ligada.
Fora do Carnaval, quando o samba se silenciou, começa um filme bem mais negro. Aí os estrangeiros poderão ter tido alguma outra influência. É quase que um outro mundo – de muito maior risco cinematográfico – que se revela perante os nossos olhos. Como se a macabra figura da Morte a deambular pelo Carnaval carioca não bastasse. Aí já não é um filme tão leve. Partilha-se o suor que escorre da testa de Orfeu.

Tantos anos passados ainda se vê com gosto. Continua a ter muito do encanto de então e mesmo que o Carnaval carioca já tenha sido explorado em demasia no cinema, nunca foi de um ponto de vista tão interior. Há inclusivamente personagens que evitam o Carnaval para irem a outras diversões, mas enquanto lá estão, gozam ao máximo essa festa. Essa é a imagem o Brasil que se deve passar, não uma ilusão construída para turista ver.

Orfeu Negro Título Original: “Orfeu Negro” (Brasil, França, Itália, 1959)
Realização: Marcel Camus
Argumento: Marcel Camus, Jacques Viot, Vinicius de Moraes (Baseados na peça de Vinicius de Moraes)
Intérpretes: Breno Mello, Marpessa Dawn, Lourdes de Oliveira, Léa Garcia, Ademar Da Silva, Alexandro Constantino
Música: Luiz Bonfá, Antonio Carlos Jobim
Fotografia: Jean Bourgoin
Género: Comédia, Drama, Musical, Romance
Duração: 107 min.
Nuno Reis Críticas 50's

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