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20 anos na fila da frente

“Raging Bull” por Nuno Reis

Nuno Reis, January 20, 2014
Todos conhecem o “Rocky“. Como o herói supera as adversidades, e a vida lhe sorri, e tem uma vitória moral. Desde essa altura que De Niro tentava convencer Scorsese a fazer um filme sobre o mau da história quando se fala de boxe. O actor queria mesmo contar a história de Jake LaMotta. Ironicamente o pugilista em cuja biografia o filme é inspirado não era boa pessoa, mas este registo em película a branco e negro ficará para a posteridade entre as obras-primas do cinema. Podemos considerar como uma boa acção.

Nos anos quarenta Jake LaMotta era imbatível. Sugar Ray Robinson tinha vitórias por decisão do árbitro, mas todos sabiam quem tinha ganho o combate. LaMotta era insensível aos socos. Parecia feito de pedra. O público adorava isso. O problema é que não se limitava ao boxe, em casa era igual. Sempre em busca do conflito, a ser um bruto casmurro sem um pingo de razão ou consciência dos seus actos. Insensível a tudo e convicto da sua perspectiva minimalista, estúpida, animal. Invencível nos conflitos que criava. Enquanto reinou no ringue deu para disfarçar, mas quando se tornou bon vivant a tempo inteiro, essa faceta descambou.

“Raging Bull” não foi um filme qualquer. O ano era 1980. Era o fim de uma década em que o cinema tinha mudado muito. Uma nova geração tinha-se afirmado e o blockbuster tinha nascido. O cinema fantástico ainda não tinha atingido o topo e eram as histórias reais que mais mexiam com público. Os dramas de vida de pessoas comuns. Basta recordar o título do filme que roubou o Oscar a “Raging Bull“, “Ordinary People“. E de que tratavam os filmes vencedores desde 1977 a 1984, entre Forman e Forman? Ou pessoas normais ou pessoas reais. No entanto o correcto, o socialmente aceite, era falar de pessoas boas. Scorsese não queria saber disso e portanto tanto falava de Boxcar Bertha e Travis Bickle, como dava novas oportunidades a Alice e fazia Charlie perdoar as dívidas. Histórias que marcassem, por muito desagradáveis que fossem.
De Niro estava no topo da sua carreira, com muitas personagens inesquecíveis e três nomeações consecutivas ao Oscar dos anos ímpares para confirmar isso. Mas foi só aqui que realmente se viu do que um actor acima dos demais é capaz. Dos primeiros a sacrificar a saúde e a figura para dar o máximo por um papel, tanto esteve em forma físics para combater (o verdadeiro LaMotta ofereceu-se para o treinar), como ganhou trinta quilos para mostrar o depois.

Fosse a paixão de De Niro pela história, a pesquisa exaustiva de Paul Schrader para dar sabor ao argumento biográfico, a necessidade de Scorsese encontrar um sentido para a vida, a colaboração do retratado, ou os conselhos de Michael Powell, “Raging Bull” foi um acontecimento único na História do Cinema. Tem alguns momentos menos conseguidos – nota-se a inesperiência de Cathy Moriarty – mas também desafia o que era considerado correcto e aceitável num filme e marcou a sua era, assim como o que se seguiu. Quanto teriam coragem artística de misturar preto e branco, slow motion, e freeze frames, numa única obra? E talento para que isso ficasse bem?

O retrato humano, mais do que o profissional, do conhecido campeão, será lembrado como um dos mais profundos despir de alma que já foram transportados para tela. E o mais engraçado é que Marty acha que só conseguiu o máximo desempenho do amigo em “The King of Comedy“, apesar de aqui ter interrompido o filme com receio pelo que ser tão Jake estava a fazer à saúde dele. Os heróis são assim, nem se apercebem que estão a escrever a História.

Raging Bull Título Original: “Raging Bull” (EUA, 1980)
Realização: Martin Scorsese
Argumento: Paul Schrader, Mardik Martin, com Joseph Carter, Peter Savage (baseado no livro de Jake LaMotta)
Intérpretes: Robert De Niro, Cathy Moriarty, Joe Pesci, Frank Vincent
Música: Pietro Mascagni
Fotografia: Michael Chapman
Género: Biografia, Desporto, Drama
Duração: 129 min.
Sítio Oficial:
Nuno Reis Críticas 80's

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