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20 anos na fila da frente

“The King’s Speech” por Nuno Reis

Nuno Reis, February 19, 2011
My Fair Lady tornado Our Majesty Bertie

A monarquia britânica é tema recorrente para os filmes desse país. Aliás, é um tema tão fácil, acessível e vendável, que não se percebe como ainda não foi esgotado. Com o rei George VI foi feita uma excepção por especial pedido da Rainha-Mãe que não quis a história comercializada durante a sua vida. Mas chegando a hora do filme ser feito, todo o Império se reuniu. Vejamos, os três reis apresentados são desempenhados por um irlandês (Michael Gambon), um australiano (Guy Pearce) e um inglês (Colin Firth). Essa mescla cultural e de sotaques ainda é maior se pensarmos que ao australiano disfarçado de inglês se junta uma inglesa (Eve Best) a fazer de americana (Mrs. Simpson) e uma americana (Jennifer Ehle) a fazer de australiana (Sra. Logue). Num pequeno aparte lembro-me sempre do discurso de Hugh Jackman quando apresentou os Oscares “In The Reader, Kate, English, plays a German, nominated. In Tropic Thunder, Robert Downey Jr who is an American, played an Australian, playing an African-American, nominated.” aqui não foi o caso. Estão nomeados o inglês que faz de inglês, a inglesa que faz de inglesa, e o australiano que faz de australiano. Há ainda outros nove troféus a que aspiram na noite de 28. Se isto não é o apogeu do Império o que será?

Albert é o Duque de York. Devido à sua gaguez não gosta do dever oficial de discursar em acontecimentos mediáticos, nem o público gosta de o ouvir, mas por causa da rádio é todos são obrigados a fazer o que não gostam. O rei preocupa-se porque o filho herdeiro está desencaminhado e ele precisa de saber que o reino ficará bem entregue. Não há mais ninguém na linha de sucessão em quem confie. Albert tudo tentou, mas nenhum dos melhores doutores de Inglaterra o conseguiram curar. Até que a Duquesa vai visitar Lionel Logue, um terapeuta australiano que ninguém da corte conhecia, mas que lhe foi recomendado pelos profissionais da área. Numa época em que a máquina da propaganda está ao serviço de Hitler o mundo precisa de ouvir outra voz, e o microfone está nas mãos de um gago.

Não é fácil fazer um filme quando já todos sabem a história. Há uns anos atrás toda a população inglesa saberia quem era esse rei e os desafios que ele e o país enfrentaram. Hoje em dia isso não é bem assim e por isso David Seldier, também ele um gago que achava merecer ser ouvido, fez a devida homenagem ao seu ídolo e líder de milhões, num argumento robusto, mas delicado. Robusto porque se desenvolve numa época complicada do ponto de vista político, interna e externamente, mas que Seldier explica bem reduzindo ao mínimo: o príncipe herdeiro não corresponde às necessidades do país, o seguinte na sucessão não tem carisma, a Inglaterra precisa de um líder e a Europa precisa de Inglaterra. Depois é delicado porque fala da família real de forma muito familiar – não tanto como Logue – mas a reverência em torno da princesa Elizabeth é exagerada. A fronteira entre realeza e plebe está montada de forma convincente para se perceber a difícil relação do Duque com o terapeuta, sem que a altivez afaste a simpatia dos espectadores. Para isso muito contribui a esposa dedicada que, apesar de estranhar o povo no geral, dá uma oportunidade à relação.

Em Inglaterra fazer filmes históricos é banal e no mercado interno têm sempre sucesso. É o trabalho combinado dos intervenientes que faz com que o filme seja mais do que “para inglês ver”. Para admiradores da figura real é o retrato de um homem que conseguiu superar o único obstáculo que o impedia de ser tão grande como era exigido. Para quem prefere apoiar o herói desconhecido temos Logue e como o trabalho de uma pessoa vulgar pode mudar o destino de todos. E ainda a rainha, a grande mulher por trás do grande homem. Se as personagens numa época de necessidade fizeram o que lhes competia, os actores também o fazem aqui e agora. Seja Firth no papel maior de uma carreira nada pequena, Geoffrey Rush a quem foi dado um papel tão shakespeareano que só podia dar nomeação a Oscar, ou mesmo Timothy Spall numa breve reinterpretação de Churchill. Figuras maiores de um filme totalmente dedicado ao serviço de Inglaterra nesta exposição mundial do poder do Império para a arte do filme. Sem dúvida um dos filmes maiores do ano e uma fonte de inspiração para todos

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The King's Speech Título Original: “The King’s Speech” (Austrália, EUA, Reino Unido, 2010)
Realização: Tom Hooper
Argumento: David Seidler
Intérpretes: Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter, Derek Jacobi, Timothy Spall
Música: Alexandre Desplat
Fotografia: Danny Cohen
Género: Drama, História
Duração: 118 min.
Sítio Oficial: http://www.kingsspeech.com/
Nuno Reis Filmes 2011

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