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20 anos na fila da frente

Ficção passa a realidade…

RC, April 15, 2008

… ou como o Porto fica vazio nos cinemas.

Já aqui nos temos pronunciado sobre o esvaziamento cultural a que a cidade do Porto está votado. Do teatro à música, do cinema às artes plásticas, só os projectos de iniciativa privada é que conseguem sobreviver na razia que aquela vai sofrendo.

Está, ao que parece, confirmado o encerramento das salas da Medeia Filmes no Shopping Cidade do Porto. É mais um passo no paulatino desvario anti-cultural que assola a cidade, agora pela administração do centro comercial não chegar a acordo quanto aos valores de renda.

Assim, a 31 de Maio será dado o canto do cisne das últimas salas que possuiam programação extra-comercial, com projecções de cinema europeu, independente e asiático. Aparentemente, os valores de bilheteira eram demasiado baixos para suportar os altos encargos com a renda que a administração do centro comercial exige – e nem uma proposta de esta ser paga numa medida percentual da receita da venda de bilhetes comoveu os administradores.

O adeus marca mais um marco de profundo desagrado a que a política cultural nacional, em especial a portuense, esta votada. Os interesses da construção do dito shopping falaram sempre mais alto. Recorde-se, a título de curiosidade, que o Supremo Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto veio confirmar, no final do ano passado, a demolição do mamarracho, por ilegalidade no licenciamento e violação dos planos urbanísticos da cidade. O que não invalida que a investida cega dos euros impeça um acordo razoável para a continuidade do funcionamento das ditas salas.

Já não basta a administração central produzir diarreias legislativas como a Lei do Cinema, e patrocinar cortes e costuras orçamentais na hora de atribuir subsídios, de uma falta de planeamento e bom senso gravíssimos, temos agora as administrações privadas a desenvolver pensamentos de programação cultural dignos de crianças de seis anos de idade.

A oferta do Teatro Rivoli a privados chegou, por entre outras razões, da iluminada ideia da edilidade de que a extinta Culturporto dava prejuízo e, portanto, varria-se para os privados irem sugando uns trocos. Os privados, que possuem centros comerciais ilegalmente erigidos, cogitam que ter umas salas de cinema com programação de qualidade dá prejuízo – conclusão, varrem-nos para a rua.

No final, o único cinema a que as pessoas assistem como um verdadeiro projecto de terror é o da turma do 9.º C, que estava «em grande», porque um energúmeno de telemóvel em punho filma uma catraia desaustinada a clamar pelo dela e a tratar a professora por tu, lançando o alerta em todo o sistema educativo nacional, com pseudo-comentadores da treta a descobrirem causas e darem soluções, a gastarem de tanto pronunciar, palavras como «avaliação», «projecto» ou «ministra», esquecendo-se que, em primeira análise, a culpa é deles e daqueles que lhes ministraram cursos com currículos disciplinares básicos e ridículos, que não se preocupam em incentivar a busca por novos desafios culturais, mas que ao invés os deixa cair em completos marasmos intelectuais, cuspindo uma maioria de iletrados para leccionar e sem um pingo de honestidade intelectual para procurarem circuitos que os enriqueça e os torne melhores, para tentar elevar a média daqueles que aprendem.

Tudo resulta, em grande parte, em estruturas disfuncionais; políticas, educacionais e culturais. Tem-se a cultura por supérflua, e o resultado está à vista. Quem ensina, não o sabe fazer, quem aprende, não o sabe receber. Quem deve dar cultura, não a sabe dar. Quem deve programar, não a sabe fazer – porque começam a chegar os tios dos primos dos cunhados, que tiveram aulas com aqueles que não sabem ensinar, aos cargos de programação. E porque um livro, actualmente, é um objecto para equilibrar o desnível da mesa.

O repto, simples: ou entramos rapidamente num circuito de elevação cultural, patrocinado pelo ensino, ou corremos sérios riscos de, no futuro, termos saudades dos tempos de excelência dos dias de hoje.

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