Dick Harper (Jim Carrey) anseia por uma promoção na Globodyne, empresa onde trabalha. Quando sobe a vice-presidente de comunicações, a sua mulher Jane (Téa Leoni) decide demitir-se do fastidioso emprego onde se encontrava, e remodelar a casa, aproveitando o novo vencimento de Dick. Mas um esquema de desfalque elaborado pelo presidente da empresa, Jack McAllister (Alec Baldwin) leva a Globodyne à falência. Desesperados por não conseguirem encontrar emprego, Dick e Jane decidem dedicar-se a uma nova arte… a do roubo.
Remake do homónimo de 1997 (protagonizado por George Segal e Jane Fonda), “Fun With Dick and Jane” / “Dick e Jane – Ladrões sem Jeito” não tem tanta piada como o título original pressupõe. Alternando, nos últimos anos, entre o cinema de autor e papéis de grande seriedade, com a comédia física com a qual ficou famoso, Jim Carrey ofereceu-nos duas grande interpretações em “Man on the Moon” e no extraordinário “Eternal Sunshine of the Spotless Mind“, que pressuponham um afastamento da comédia. Mas este regresso (após “Lemony Snicket’s A Series of Unfortunate Events“) confirma que Carrey está de volta ao seu habitat natural. Mas o regresso não é de todo feliz. Claro que os sketches da tal comédia física que tão bem sabe interpretar são sempre fruto de um comediante genial – desde as expressões faciais ao movimento corporal, tudo feito com imenso pormenor, são deliciosas. Mas não é mais do que isso – lento e, por vezes, aborrecido. Gags já vistos, uma previsibilidade constante, e o eterno sonho americano do início ao fim não atribuem a este filme a aura de grande comédia. É um bom entretenimento, nada mais do que isso. Aliás, um clone da comédia de Hollywood que à tantos anos tem estreado por cá. Um post scriptum para a piada final acerca da Enron – genial!