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20 anos na fila da frente

“Black Book” por Nuno Reis

Nuno Reis, December 23, 2007
Paul Verhoeven está de regresso à sua Holanda natal depois de um exílio voluntário nos Estados Unidos onde se deixou enlear pela lógica de produção americana, mas onde mesmo assim conseguiu manter algumas das características que o tornaram famoso na Europa: irreverência, gosto pela provocação, culto do erotismo, e uma eficácia narrativa e visual que encaixavam perfeitamente no cinema mainstream americano.

Por muito que se critiquem filmes como “Robocop“, “Total Recall” ou “Basic Instinct” estes eram três exemplos da mestria do cineasta (ainda que tenhamos que fazer um esforço para nos esquecermos de “Showgirls” e “Starship Troopers“). Se Verhoeven se exilou nos EUA farto dos críticos seus compatriotas é à Holanda que regressa quando nos Estados Unidos a sua estrela começava a empalidecer. E regressa quase às suas origens cinematográficas com “Black Book” a lembrar a temática e o período de ocupação nazi da Holanda. Na entrevista que nos concedeu em Sitges, Verhoeven reconhecia as semelhanças mas entendia que “O Soldado da Rainha” era um filme mais “de regime”, uma homenagem a um herói oficial da resistência. Em “Black Book” é a história nunca contada da Resistência, uma revisão do tema do traidor e do herói tão caro a Jorge Luís Borges (e à “Estratégia ds Aranha” de Bertolucci), um retorno à má consciência dos holandeses perante a sua passividade face ao genocídio judeu. “Black Book” é assim um ajuste de contas com a História, o reconhecimento do papel de gente anónima para a derrota nazi na Segunda Guerra Mundial.
Filmado em estilo épico, cuidadoso na reconstituição histórica, com uma narrativa complexa e densa, o filme reconhece a fluidez moral do ser humano, sem se atrever numa visão maniqueísta dos bons e dos vilões. No fundo só os oportunistas escapam, mas Verhoeven mantém esse humor melancólico e cínico sobre a natureza humana. Sendo um filme sobre a Guerra não escapa à tentação do folclore bélico da batalha em que Verhoeven é exímio, ainda que lhe interessem mais as emoções dos personagens e o intimismo das situações.
Com “Black Book” Verhoeven como que fecha o ciclo ao afirmar-se como o maior cineasta dos Países Baixos, capaz de dirigir epopeias históricas, ficção científica ou dramas de suspense com a mesma desenvoltura. O risco é que o público a que se dirige não é exactamente o que se revia na fase americana do autor. Dividido entre dois mundos, dois públicos, dois estilos de cinema, Verhoeven pensa e bem que com a sua carreira este filme pode ser o seu testamento e que já tem o lugar assegurado na história. O tempo fará bem a este filme, sobretudo quando puder ser revisto como uma obra separada, de um renascido Verhoeven.
Como sempre Verhoeven escolhe as actrizes com um refinado bom gosto. Esse é o caso de Carice van Houten, a Mata Hari da história que se afirma não apenas como uma grande actriz num papel difícil, mas também como belíssima actriz. Sessenta anos depois do final da guerra as feridas do conflito ainda não sararam e ainda não existe o distanciamento histórico necessário para se julgarem os acontecimentos. Este filme mais do que julgar as pessoas quer contribuir para esclarecer o lado escuro da História.

Título Original: “Zwartboek” (Alemanha, Bélgica, Países Baixos, 2006)
Realização: Paul Verhoeven
Argumento: Gerard Soeteman, Paul Verhoeven
Intérpretes: Carice van Houten, Sebastian Koch, Thom Hoffman, Halina Reijn, Waldemar Kobus
Fotografia: Karl Walter Lindenlaub
Música: Anne Dudley
Género: Drama, Guerra, Thriller
Duração: 145 min.
Sítio Oficial: http://www.blackbookfilm.com/
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