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20 anos na fila da frente

“Blackmail” por Nuno Reis

Nuno Reis, October 24, 2010
Estávamos no final dos anos 20, quando ainda havia dinheiro e o cinema revelava progressos todos os dias. Em 1928 um filme americano chamado “The Jazz Singer” não só tornou o som em parte integrante do Cinema, como os filmes se sentiam diminuídos se não o tivessem. Por causa desse filme os produtores do mais recente projecto de um jovem Hitchcock – ainda a dez anos do seu primeiro grande sucesso “The Lady Vanishes” – disseram-lhe para filmar a última cena com a nova tecnologia. Como todos sabem Hitchcock faz o que bem lhe apetece e fá-lo melhor que ninguém. Por isso, surpresa! Refilmou o que precisava e todo o filme ficou sonorizado (havendo no entanto uma versão muda para as salas sem a tecnologia necessária).

A primeira cena é típica do cinema mudo. O plano de um papel a ser escrito dispensa os entretítulos. Há um magnífico plano de filmagem que utiliza o reflexo de uma garafa, prenunciando o prodígio que se avizinhava. Muitos lábios que se mexem sem libertar som, como sempre. Ouve-se uma porta bater e a buzina do camião, mas podem passar despercebidos. E de repente dois polícias começam a falar. A multidão do filme fala e a multidão na plateia pergunta “como é que o ruído faz parte do filme?“. Começou o som em Inglaterra pelas mãos daquele que viria a ser o Mestre do Cinema em todo o mundo.

A história acompanha a jovem Alice White (Anna Ondra). Numa saída para o cinema com o seu namorado, um detective da Scotland Yard, acabam por ter um arrufo devido ao atraso dele e à indecisão dela e ele deixa-a. Testemunhando isso, um amigo dela aproxima-se e agora Alice já é mais simpática. Acabam por sair juntos e Alice vai visitar o estúdio dele. Só que as intenções dele não eram artísticas e Alice tem de o matar para se defender. O filme desenvolve-se em torno do sentimento de culpa, da investigação policial, da fofoquice na vizinhança e de um chantagista que, tendo provas para a acusar, vai tentar tirar proveito da situação.

Hitchcock chamou-lhe “a minha despedida do cinema mudo” tal como poderia chamar “a minha apresentação ao cinema sonoro”. Com a mudança do foco para os actores toda a arte sofreu uma transformação. Em parte vemos cenas comuns do cinema mudo, mas também vemos cenas vanguardistas que ficam estranhas num filme a preto e branco. Até com o tradicional bigode do vilão ele goza!
A nível de captação de som também houve progressos. Há casos de actores que por causa da péssima voz simplesmente desapareceram de cena e em “Blackmail” tal não aconteceu por pouco. Anny Ondrakova que não tinha problemas em filmar em alemão, checo ou francês, na época tinha demasiado sotaque para parecer filha de uma vulgar família inglesa. Como o realizador não quis dispensar a sua musa – é a primeira de muitas louras celebrizadas pelo Mestre – a solução passou por ter outra actriz (Joan Barry) no estúdio, fora do cenário, e coordenarem-se num lip sync, oficialmente reconhecido como a primeira dobragem da história do Cinema.
Entre os grandes truques técnicos ainda se encontra o Processo Schüfftan (especialmente famoso por ter sido usado em “Metropolis“) de filmar através do espelho para mudar o cenário. Um primórdio das telas azuis e verdes que mais tarde dominariam o segmento.

Ponto de viragem no cinema britânico onde Alfred Hitchcock se cruza com palavras-chave da sua filmografia como adaptação de peça de teatro, crime e heroína loura, tem de ser visto para se compreender a diferença entre o antes e o depois do som. E em menor grau para compreender o antes e o depois de Hitchcock.

Blackmail Título Original: “Blackmail” (Reino Unido, 1929)
Realização: Alfred Hitchcock
Argumento: Alfred Hitchcock e Michael Powell, com diálogos de Benn W. Levy (peça original de Charles Bennett)
Intérpretes: Anny Ondra, John Longden
Música: Hubert Bath
Fotografia: Jack E. Cox
Género: Crime, Thriller
Duração: 84 min.
Nuno Reis Críticas 20's

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