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20 anos na fila da frente

“F for Fake” por Nuno Reis

Nuno Reis, August 7, 2011
Tudo isto é falso.

O Cinema costuma ser imune a falsificações. Pode não haver certezas quanto a quem fez determinado filme, mas não há engano possível quando à autenticidade de um filme. Atenção que não me refiro a documentários com conteúdo fingido e supostas alunagens. Refiro-me a encontrarem trabalhos desconhecidos ou supostamente perdidos de grandes artistas (como há dias se encontrou um Hitchcock) e virem a constatar que era de alguém que se fazia passar por ele.

Quanto a filmes conhecidos como não se aplica o conceito de cópia única, pode ser ilegalmente vendido, mas será sempre um filme autêntico. E para criar um filme desconhecido seria preciso formar uma grande equipa de imitadores capaz de recriar técnicas esquecidas, e muitos sósias tão bons actores como os originais. Sendo a vertente mais rentável do cinema – a ficção – uma mentira por definição, qual o interesse em fazer clones?

Nas outras artes a falsificação é quase uma arte própria. A pintura é a principal vítima, mas há mais. E este filme reúne algumas das mais famosas. Por exemplo, a invasão marciana na rádio? Falso! A biografia de Clifford Irving sobre Howard Hughes? Falso! As pinturas de Elmyr? Falsas! E não pára por aqui. O Hughes que acusou Irving seria verdadeiro? E o filme de Welles sobre tudo isto até que ponto é honesto? Segundo o que o próprio diz na abertura é uma hora de pura verdade, mas quem está a contar o tempo?
Terá sido apenas uma desculpa para viajar por Vegas, Ibiza e outros destinos solarengos? E sem esquecer a importante parte que é filmar Oja Kodar a desfilar de forma tão sensual e irresistível que todos os locais olham para ela. Não admira que o olhar de Picasso se tivesse perdido nela.

Talvez a única verdade nisto tudo sejam os truques de prestidigitação feitos por Welles a um miúdo na abertura… Esse é o encanto do filme. Nunca sabermos se estamos a ver ficção, experimental ou documentário. Não sabermos se é uma mentira acordada por todos ou se alguém entre os entrevistados está a enganar todos os outros, espectadores incluídos. Porque Welles sabe o que se está a passar e faz uma montagem óbvia de quem esconde algo. Mas tão simples na forma de esconder como quem mente sobre estar a mentir. Ou talvez de quem mente sobre mentir sobre mentir. Seria preciso um filme sobre o filme, tal como existe um livro sobre o falso livro. Perceberam algo? Espero que não. Espero que vejam o filme em vez de se deixarem enganar pelas minhas palavras. E deixem que mentirosos profissionais vos enganem sobre o filme acerca das suas vidas. Quem sabe se também o filme ajuda a perceber a verdade nas minhas palavras enganadoras?

Oficialmente é um documentário, mas é um documentário de Welles e por isso as regras são alteradas. Por exemplo, é de tal forma directo e delicado a chamar aos húngaros trapaceiros profissionais que até parece um elogio. O género não voltará a ser o mesmo. É também um dos últimos trabalhos de Welles como realizador (acabou a fazer essencialmente vozes) e onde se exibe ao limite, assim como à última mulher da sua vida, Oja Kodar.

F for Fake Título Original: “F for Fake” (Alemanha (R. F.), França, Irão, 1973)
Realização: Orson Welles
Argumento: Orson Welles, Oja Kodar
Intérpretes: Orson Welles, Oja Kodar, Elmyr de Hory, Clifford Irving
Música: Michel Legrand
Fotografia: François Reichenbach
Género: Documentário
Duração: 89 min.
Nuno Reis Críticas 70's

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