“Fast & Furious” por Nuno Reis

Máquina fenomenais, condutores rápidos e mulheres lindas encontram-se pela quarta vez. Se durante a trilogia inicial era frequente descobrir novos actores (cada vez com maior prejuízo da arte da representação) para este segundo começo foi retomado o elenco original. Vin Diesel e Paul Walker pela terceira vez, Jordana Brewster e Michelle Rodriguez pela segunda. A única cara nova que vale a pena memorizar é a da israelita Gal Gadot. Atrás das câmaras realizador, argumentista e compositor são os que estiveram no terceiro filme, o mais estranho da saga. O argumento também é familiar…

O criminoso Toretto e o seu gang, agora na América Latina, ganham a vida roubando combustível de camiões-cisterna em movimento. Em acrobacias que lembram o mesmo Diesel em “XXX” proporcionam-nos uns minutos iniciais com imensa adrenalina. Após outro golpe bem sucedido Toretto deixa essa vida e essa gente para trás para não colocar em risco a sua amada Letty. Enquanto isso o agente Conner retomou o seu lugar no FBI na equipa de combate ao tráfico. Tem de deter uma rede indetectável de contrabando que usa carros velozes para cruzar a fronteira. Os seus destinos cruzam-se quando se tentam infiltrar na rede, um por trabalho, outro por vingança. Quem sofre no meio de tudo isto é Mia, irmã de Toretto e ex-namorada de Conner que não só tem de voltar a ver quem a fez sofrer como tem de assistir enquanto o irmão se coloca em risco de vida.

O primeiro filme além de entreter era agradável de ver e minimamente original. O segundo foi um claro aproveitamento do sucesso inicial e o terceiro não sei como ousou baptizar-se com o mesmo nome. Excepto o primeiro eram autêntico cinema pipoca, mastigava-se durante uma hora e tal, ao chegar ao carro dava vontade de fazer uma acelerações e uns piões, no dia seguinte já estava esquecido. No último (por enquanto) da saga a experiência cinematográfica é mais agradável. A realização é mais cuidada, e o argumento apesar de ainda ser fraco permite uns momentos divertidos. Continua a ser preciso gostar de carros para apreciar o filme porque estão em tudo.

Termina deixando os espectadores a pedir mais e responderão como é normal com mais um filme. Se o progresso se mantiver linear que venham outros. É que este supera as outras sequelas, estando quase ao nível do original. Os fãs da série continuarão presos (ou voltarão a ficar) e os fãs de cinema não ficarão muito descontentes. Mais um para juntar aos variados blockbusters que populam os meses quentes do ano.