“I Now Pronounce You Chuck and Larry” por Ricardo Clara

Honra seja feita a “I Now Pronounce You Chuck and Larry” / “Declaro-vos Marido e… Marido”: todos os lugares comuns estão lá presentes. Tudo o que é piada homofóbica, estereótipo gay e palavra ou palavrão insultuosos não foram esquecidos.

Larry Valentine (Kevin James) é um bombeiro viúvo com dois filhos, que vê-se ameaçado a perder uma pensão vital para a sua sobervivência. Para a resolução do problema, encontra uma estranha solução: decide inventar uma relação homosexual com Chuck Levine (Adam Sandler), colega bombeiro da sua corporação por profissão e mulherengo por vocação. Para tal, casam-se numa capela canadiana, mas o plano sai furado – o Estado nova-iorquino começa uma investigação para averiguar da veracidade da relação, enviando para tal o seu melhor homem, Clinton Fitzer (Steve Buscemi).

É um filme que não vem acrescentar absolutamente nada de novo quanto a este tema. De facto, será mais um exemplo de uma maneira despudorada com que se aborda a temática homosexual, o que tem vindo a ser uma constante de há uns anos para cá. Mas nem o argumento, nem as interpretações, nem a realização de Dennis Dugan (que já havia trabalhado com Sandler em “Big Daddy” – 1999) saõ motivo de interesse suficiente para o ver.

Destaca-se o papel de Ving Rhames, no papelm do bombeiro homosexual Fred G. Duncan (que é, efectivamente, divertido), o regresso de Dan Akroyd (de quem sou fã) ao grande ecran e, claro está, à beleza de Jessica Biel (que não chega para ser actriz.
Em sentido contrário, ver Steve Buscemi metido numa embrulhada destas (que ocasionalmente tem de fazer um filme assim para pagar a hipoteca da casa), pensar e não acreditar que o argumento também está assinado por Alexander Payne (de quem vimos os interessantes “About Schmidt” – 2002; e “Sideways” – 2004), e o insuportável Adam Sandler, que repete aquele registo de alguém que parece que tem uma paralisia mental e que está carregada de bagaço à umas horas valentes, pela trigésima vez.
Um filme pobre, uma comédia que não o é, e um bom pretexto para fazer uma purga encefálica durante quase duas horas.