“Kung Fu Panda” por Nuno Reis

A história de “Kung Fu Panda” por surpreendente que possa parecer é sobre um Panda e sobre Kung Fu. Numa China em tempos idos, quando vida e honra eram um só e as artes marciais eram uma filosofia de vida, o velho mestre Oogway está prestes a escolher um sucessor. O panda Po, um gordo e pachorrento empregado de restaurante cuja mente está monopolizada pelo Kung Fu, acaba por se ver entre os maiores lutadores e por ser nomeado líder de todos eles. Este sonho tornado realidade pode-se revelar demasiado perigoso. O perigoso Tai Lung fugiu da prisão e para obter os poderes do dragão está disposto a eliminar todos os que lhe surjam no caminho. Po terá de ficar em forma depressa e aprender todas as técnicas de combate pois ninguém mais tem hipóteses contra Tai Lung.

Não é uma história de amor, é um conto sobre guerreiros. A mensagem transmitida é brilhante, mas tão simples que se arrisca a ser ignorada. Com uma acção desenfreada logo no arranque e uma história cativante, “Kung Fu Panda” tem o espectador na mão do início ao fim.
Há variedade pois cada um dos sete animais representa um estilo de luta. Para as crianças há piadas fáceis, para adultos há uma morte – chamemos-lhe passagem – linda como raramente se viu em cinema. E o grupo de actores que dão voz às personagens não só está recheado de estrelas como foi bem escolhido.

Já era tempo de a Dreamworks justificar todas as esperanças. Depois de quase uma década de treino finalmente sai um filme do qual podem ter orgulho. Tecnicamente apurado, muito divertido, com emoção e que dá para todos os públicos… que mais precisa um filme? Precisava apenas de uma banda sonora mais apelativa. Só quando chega o genérico final é que começam os acordes que se colam à cabeça por dias a fio e são os do clássico e inevitável “Kung Fu Fighting”.