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20 anos na fila da frente

“Les Herbes Folles” por César Nóbrega

Nuno Reis, April 12, 2010
Estreou a 8 de Abril nas salas de cinema portuguesas (Medeia King e Medeia Cidade do Porto) o mais recente filme de um dos mestres da Novelle Vague: Alain Resnais. Exactamente meio século depois do brutal e avassalador “Hiroshima, Meu Amor”, com argumento da escritora e realizadora Marguerite Duras, chega “As Ervas Daninhas” – vencedor dos prémios Especial e Especial do Júri de Cannes 2009. É excelente cinema francês. Quem só vê cinema norte-americano devia passar os olhos por este drama recheado de comédia, para ver como se filmam as emoções. O César Nóbrega, fã confesso de Resnais, viu o filme em Cannes, conversou com o protagonista André Dussollier (na “Plage des Palms” antes da festa de apresentação da obra) e aconselha vivamente o visionamento destas ervas daninhas.

Deixem-me usar um chavão para definir a minha opinião de Alain Resnais: é como o vinho do Porto. Quanto mais velho melhor. Não há outra maneira de lhes explicar o quanto admiro o cinema deste francês e o que vão ver em “As Ervas Daninhas“.

Vencedor de quase meia centena de prémios em festivais de cinema, como Cannes, Berlim e Veneza, Alain Resnais com 88 anos não sabe fazer filmes monótonos e repetitivos. Toda a sua obra é diversa e excitante.

“As Ervas Daninhas” ganhou os merecidos prémios Especial e Especial do Júri do Festival de Cinema de Cannes 2009, mas Resnais já ganhava prémios há 50 anos. “Hiroshima Meu Amor” de 1959, conquistou vários prémios e em 1961, “O Ano Passado em Marienbad“, onde um homem tenta convencer uma mulher casada que viveram um tórrido affair, arrecadou o Leão de Ouro de Veneza.

Podíamos escrever várias páginas sobre os prémios para os filmes de Resnais, mas vamos citar apenas alguns: “Muriel ou o tempo de um regresso” (1963) deu a oportunidade à actriz Delphine Seyrig de ganhar o prémio de melhor actriz do festival de Veneza, num filme onde nada é o que parece, tudo é ilusão; “A Guerra Acabou” (1966), um dos poucos filmes de Resnais com uma narrativa linear foi nomeado para Óscar de Melhor Argumento Adaptado; “Providence” (1977) que conta a história de Dick Bogarde, um homem amargo que se recorda da família de uma maneira que pode não ser a mais verdadeira, ganhou 11 prémios; “O Meu Tio da América” (1980) considerado um dos melhores filmes do mestre da Novelle Vague levou uma nomeação para Óscar de Melhor Argumento Original (que perdeu para o filme de Jonathan Demme, “Melvin and Howard“) e ganhou três prémios em Cannes, incluindo o Grande Prémio do Júri; provavelmente o filme mais difícil de Resnais, “Smoking/No Smoking” (1993), onde dois actores desempenham vários papeis, venceu o Urso de Prata de Berlim; o drama demasiado real “Corações” (2006) ganhou cinco prémios, incluindo o Leão de Prata de Veneza.

Como bom realizador francês que é, Alain Resnais centra os seus filmes no relacionamento entre seres humanos. O amor, a paixão, a raiva, o ódio, o desprezo são tudo peças de um puzzle construído com muito cuidado. Ao invés de deixar o público adivinhar o que faz alguém amar ou odiar, Resnais baralha e dá de novo, quem ama devia odiar e vice-versa. As personagens do francês andam sempre à procura de qualquer coisa: quase sempre amor. Ao fim e ao cabo o que todos nós procuramos e que os filmes românticos parecem todos transmitir. Só que Alain Resnais não conta história lineares. Não esperem encontrar um início, um meio e um fim. Às vezes as coisas parecem não fazer sentido – e a vida faz algum sentido? Nós nascemos, andamos 20 anos à procura de qualquer coisa, quando achamos que a encontramos já chegamos aos 40 e quando nos preparamos para viver, morremos! Os filmes de Resnais são assim.

Em “Corações” o veterano actor francês André Dussollier (um dos habituais de Resnais) era uma agente imobiliário manchado pela tentação da carne, depois da colega de trabalho lhe entregar uma cassete de vídeo que deveria conter mensagens cristãs, mas que em vez disso continham “shows strip” da própria. Em “As Ervas Daninhas” o mesmo Dussolier é um homem, aparentemente, comum, que encontra uma carteira num parque de estacionamento de um centro comercial. Pretendendo tomar a atitude correcta liga para a dona – a brilhante actriz Sabine Azéma, actual companheira de Alain Resnais, mais de 25 anos mais nova – que lhe pede que a entregue na polícia, para ela a recuperar. Georges e Marguerite (assim se chama as personagens) vão envolver-se num confuso jogo amoroso, sem pés nem cabeça, mas deliciosamente envolvente e irresistível.

Se em alguma altura de “As Ervas Daninhas” achar que sabe o que vai acontecer a seguir, é muito provável que erre. Deixe-se de advinhas e goze o filme em pleno. Este drama do quotidiano não podia acontecer nas nossas vidas, se fosse verdade, era porque só podia ser mentira. Lindo e tocante, mais que “Corações“, com a mesma linha temática.

Título Original: “Les Herbes Folles” (França, Itália, 2009)
Realização: Alain Resnais
Argumento: Alex Reval e Laurent Herbiet (adaptação do livro de Christian Gailly)
Intérpretes: André Dussollier, Sabine Azéma, Emmanuelle Devos, Mathieu Amalric
Fotografia: Eric Gautier
Música: Mark Snow
Género: Drama
Duração: 104 min.
Sítio Oficial: http://www.lesherbesfolles-lefilm.com/
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