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20 anos na fila da frente

“Milk” por Nuno Reis

Nuno Reis, February 8, 2009
“O meu nome é Harvey Milk, e estou aqui para os recrutar.” Era com estas palavras que Milk iniciava os seus discursos e é justo que comece da mesma maneira o meu texto. Este drama homenageia um dos maiores e menos conhecidos defensores dos direitos humanos. Milk era funcionário de uma empresa de seguros e tinha uma vida secreta como homossexual. Quando conhece Scott Smith decidem partir para San Francisco e viverem sem segredos. Lá vão fazer amigos e inimigos. À medida que o número cresce de ambos os lados e os confrontos se tornam mais fortes, a loja de Milk torna-se um ponto de encontro para os indesejáveis. Até ao dia em que decide concorrer a um cargo político para poder ajudar todas os oprimidos. Aos poucos vai recrutando simpatizantes de todas as minorias e forma uma maioria.

O tom documental que Van Sant imprime aos seus filmes é perfeito para filmes biográficos. Cruzando passado e presente dá ao filme uma enorme autenticidade. Tanto vemos os actores a recriar boletins noticiosos com trinta anos, como Penn enfrenta gravações de discursos que Milk viu em directo pela televisão.
Como a homossexualidade não é aceite por todos um filme destes pode chocar. Por isso as cenas mais fortes estão no início, quem aguentar dez minutos ficará até ao final. É que este filme não é um louvar da homossexualidade ou causador de polémica, é apenas um retrato histórico.

Pelas fotos exibidas no final vemos os rostos de muitos dos heróis desta campanha. Parecem um grupo divertido, mas a passagem a filme não fica nada atrás. Que incrível lote de actores! Sean Penn sempre que escolhe uma personagem faz uma tal transformação que deixa de existir Penn e começa a existir a sua criação. Interpretar uma pessoa real não limita em nada o actor que molda o ser artificial pelos factos que lhe dão. Milk é das mais brilhantes interpretações com que nos presenteou e o mesmo se aplica aos restantes actores. James Franco que tantas vezes foi sex symbol para mulheres é agora símbolo gay, Emile Hirsch está absolutamente irreconhecível com jeans justos e Diego Luna tira qualquer um do sério quando se apresenta como garanhão. Pelo modo de falar e andar, pelos trejeitos, usando uns estereótipos e fugindo de outros criam um grupo incrivelmente eficaz. Revelam-se como grandes actores, com capacidade de inovar e sem medo de causar polémica.
Josh Brolin foi uma pequena alegria. O seu Dan White é um homem que desperta a curiosidade, nunca é suficientemente misterioso para se tornar cativante, nunca é suficientemente discreto para ser esquecido. Sabemos que White será fundamental para o desfecho. Quando White e Milk se encontram há química e os diálogos fluem, mas Dan nunca chega a existir sozinho. Foi esse ofuscar pelo colega que despoletou a tragédia. Está limitado pelo argumento, mas o actor também é responsável. Ser nomeado para Oscar é um exagero, mas como não é todos os dias que um goonie consegue tal distinção não me pronuncio contra.
Sem estas estrelas “Milk” seria considerado propaganda e ignorado, assim pode ser chamado arte.

Em “Milk” temos manobras políticas, temos rivais que entram em debates e outros que se escudam na televisão para atacar sem dar direito de resposta. Vemos uma sociedade com problemas e que quer instalar o medo contra uma minoria para conseguir o apoio da maioria (na altura eram os homossexuais, agora os árabes, os americanos nunca se afastam muito do mesmo). Eram impostas leis ridículas que atentavam contra a Constituição e os direitos humanos. Por exemplo, queriam vetar o direito ao trabalho de quem aparentasse ser ou simpatizar com homossexuais. As formas de os identificar estavam especificadas na proposta de lei. O que Milk fez foi mostrar ao país como isso era ridículo. Não queria estar na ribalta, mas era quem estava melhor colocado para impedir esses disparates. Quanto mais o tentavam calar, mais razões lhe davam para gritar. Quantas mais leis aprovavam para afastar homossexuais, mais homens e mulheres se juntavam à causa.
Até onde teria chegado Harvey? Chegaria a presidente da câmara? Senador? Presidente dos Estados Unidos? Provavelmente não iria muito longe, mas nunca saberemos. Assim permanece no imaginário colectivo não como líder, mas como mártir de uma causa. Provou que as minorias, sejam quais foram, têm uma voz para ser ouvida. Quando Harvey morre os seus seguidores perdem o rumo. O mesmo se passa com o filme. Só que os feitos conquistados por Harvey em vida reservavam-lhe uma saída imponente. A morte não foi gloriosa, mas a homenagem é inesquecível e o filme associa-se a esse esplendor.

Milk no seu aniversário diz “já tenho quarenta anos e ainda não fiz nada de jeito”. Nos dez anos que se seguiram fez mais pelos direitos humanos que alguns Nobeis da Paz em toda a vida. Obrigado Harvey por existires, obrigado Van Sant pelo filme.

Título Original: “Milk” (EUA, 2008)
Realização: Gus Van Sant
Argumento: Dustin Lance Black
Intérpretes: Sean Penn,Emile Hirsch,James Franco,Josh Brolin,Diego Luna,Alison Pill,Victor Garber
Fotografia: Harris Savides
Música: Danny Elfman
Género: Biográfico,Drama
Duração: 128 min.
Sítio Oficial: http://www.milkthemovie.com/
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