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20 anos na fila da frente

“Ondine” por Nuno Reis

Nuno Reis, October 28, 2010
Portugal tem uma profunda e milenar relação com o oceano. Ao longo de séculos fomos criando mitos sobre o que estaria nas profundezas do mar e para além dele, e ao longo de séculos fomos desfazendo esses mitos. No entanto as criaturas mágicas que o habitam continuam a ser mencionadas como se fossem reais, desejo oculto de uma mente fantasiosa e desejosa de descobrir coisas novas. Os outros povos marítimos também criaram os seus contos fantásticos, com mares populados por estranhas criaturas. Na Irlanda e países vizinhos os selkies são uma dessas criaturas, algo parecido com as nossas sereias, mas que alternam de livre vontade entre a forma aquática e humana, pelo simples vestir e despir de uma pele.

No filme a que este texto se refere a Irlanda e a sua mitologia são fulcrais. O pescador Syracuse é também conhecido por Circus, não pela mera semelhança sonora, mas pelo seu comportamento inadequado na juventude. Actualmente contenta-se com o seu barco de pesca (muito trabalho, pouco lucro) e as visitas à filha Annie (pouco trabalho, enorme felicidade). Até que um dia em alto mar ao subir as redes para tirar um pequeno cardume das águas também tira uma mulher. Surpreendido por a encontrar viva tão longe da costa, Syracuse estranha que ela não queira ver ninguém, mas aceita esse capricho porque a desconhecida – que diz chamar-se Ondine – tem um muito útil dom para a pesca. Ela apenas canta e os peixes caem-lhes nas mãos.
Para Annie isso é fácil de explicar. Tudo o que Ondine faz corresponde à lenda: é uma selkie presa na forma humana por sete anos. Syracuse ao início não quer acreditar, mas a verdade é que está magicamente enfeitiçado por ela…

Neil Jordan é um daqueles realizadores que quando realiza um filme, não o faz com meias medidas. Depois de vencer festivais como Berlim, Bruxelas, Sitges, Veneza e o Fantasporto, e com um Oscar e um BAFTA de argumentista na colecção, sabemos que consegue fazer grandes filmes. E não foi sorte ou aproveitar o momento certo, estas sete conquistas foram com seis filmes diferentes ao longo de dezasseis anos. O último que tivemos oportunidade ver foi “The Brave One“ há três anos e por isso o atraso de um ano no lançamento de “Ondine” custou a passar. Não foi só cá, precisou de um ano em mercado para finalmente começar a sair pelo mundo fora (raramente com honras de sala).

Este conto de fadas moderno passado na Irlanda natal de Jordan é daqueles filmes que nos engana. O que parece ser uma história simples tem uma trama elaborada e sugere constantemente novos temas que acabam por nunca roubar fulgor à narrativa principal. O cuidado nos detalhes inclui um pequeno papel para o fenomenal Stephen Rea que nos proporciona os momentos mais divertidos do filme.
Apesar de Colin Farrell ser a estrela que atrairá multidões às salas, será pelos encantos de Alicja Bachleda que se lembrarão do filme. A cantora que saltou do anonimato para o papel principal do filme é daquelas actrizes que se quer ver em mais e mais filmes. Jordan queria uma desconhecida para interpretar Ondine e fez a escolha perfeita porque não só ela tem corpo de sereia, como encaixou na personagem. Já a pequena Alison Barry tem um papel mesmo à medida como a filha perspicaz.

Por entre a atmosfera de constante dúvida, os sentimentos humanos são retratados como o único mistério. Tudo o resto fará sentido mais cedo ou mais tarde e é confiando nisso que se fica duas horas a assistir ao conto de uma sereia naufragada em terra e do seu príncipe. As respostas finais chegam na hora certa, dão o toque que faltava e encerram um dos grandes filmes da temporada.

Título Original: “Ondine” (EUA, Irlanda, 2009)
Realização: Neil Jordan
Argumento: Neil Jordan
Intérpretes: Colin Farrell, Alicja Bachleda, Alison Barry
Música: Kjartan Sveinsson
Fotografia: Christopher Doyle
Género: Drama, Fantasia
Duração: 111 min.
Sítio Oficial: http://www.ondinefilm.com/
Nuno Reis Filmes 2010

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