“Scream 4” por Daniel Espiñosa

Mais uma vez o Antestreia antecipa-se aos restantes blogs nacionais através da parceria com o Klowns Asesinos que publicou a crítica ao tão aguardado “Scream 4” uma semana antes da estreia do filme.

Teve de passar muito tempo (concretamente 11 eternos anos) para podermos voltar a ver em acção o mítico Ghostface, e o seu retorno não desiludiu. “Scream 4” não é a típica película de sangue, vísceras e sustos básicos, é mais do que isso. Mantém-se fiel às suas predecessoras e procura o terror sempre partindo de situações cómicas, produzindo a todos os momentos partes iguais de intriga e diversão.

Como fez nas útlimas três partes da saga, Wes Craven continua no seu estilo particular de humor inteligente e meninas bonitas (também um ou outro miúdo, mas estes normalmente são o fundo da hierarquia escolar ou o palhaço do bairro) destripadas, obra do sempre enigmático Ghostface, que desta vez assume maior importância e portanto aparece mais no ecrã.

Sidney Prescot (a sempre correcta Neve Campbell) volta à vila de Woodsboro, a cidade onde cresceu, depois de ter escrito um livro narrando as suas experiências com o temível assassino sobre os acontecimentos de há dez anos. Lá reencontrará o agora xerife Dewey Riley (David Arquette, que não interpreta um papel tão abosurdo como na trilogia anterior, já lidera a polícia local dirigindo, entre outros, a sua nova ajudante Marley Shelton, conhecida pelo enorme papel em “Planet Terror“) e a sua esposa Gale Weathers-Rile (a irreconhecível Courtney Cox, que não parece querer lidar com o passar dos anos, enfrenta as mudanças físicas do envelhecimento com cirurgias) além de reencontrar-se com a sua prima Jill Roberts, (Emma Roberts, que tem uma das melhores interpretações do filme), que será a protagonista em todos os momentos.

Repete-se a mesma história de sempre e Ghostface marcará presença em situações que já vimos milhares de vezes em outros filmes de índole semelhante, mas com alguns recursos totalmente novos (outros não, mas essas são claramente um tributo ao próprio, uma amostra clara de quão divertido deve ter sido o processo de produção), em que os avanços tecnológicos estarão na ordem do dia, evoluindo assim a trama para uma vertente mais social (dirigido a milhares de pessoas, inclusivamente em directo) e perversa, e concluíndo com um final tão selvagem como gratificante para o espectador.

O filme foi realizado com uma intensidade linear, com flashes de grandes gags (os primeiros dez minutos de facto são isso, com uma pequena mostra dos supostos “Stabbed 6” e “Stabbed 7”, filmes dentro do próprio filme que se baseiam na vida de Sidney Prescott) e numerosos detalhes que os seguidores da frnquia saberão apreciar (para comentar uma, a música que Dewey tem no telemóvel é a de “Beverly Hills Cop“). Além disso os secundários são de renome: Anna paqui (consagrada pelo seu protagonismo em “True Blood“), Krsten Bell, Rory Culkin (o rapaz que enfrentou extraterrestres invasores ao lado de Mel Gibson no intrigante “Signs“)….

“Scream 4” pode ser classificado como um produto eficaz, que por vezes procura (e efectivamente encontra) a fórmula simples de uma comédia de horror, mas noutras vai mais longe e entra pela crítica ao cinema contemporâneo que deveria fazer repensar a indústria actual. Sim, Wes Craven pela enésima vez conseguiu um filme coerente, estruturado e inteligente que fará as delícias dos amantes desta saga e, sobretudo, de Ghostface.