Sintomas de uma doença

O Antestreia hoje tem uma autora convidada a quem agradeço a criatividade e disponibilidade. Passo a palavra à Ana Alexandre do Split Screen para que ela descreva como se sente.

“Não sei exactamente quando começou, mas comecei a sentir-me ansiosa. A respiração começou a ser mais rápida, sentia um peso no peito e os batimentos cardíacos começaram a acelerar. Às vezes ficava um pouco melhor, mas a tensão não abandonava o meu corpo, ficava a sentir cada músculo contraído à espera do que aí vinha, não conseguia relaxar porque sabia que ainda não tinha acabado. De repente voltou, cheguei a contorcer-me e, mesmo sentada, não me conseguia sentir confortável. Será que aguento? Aguento. Mas a ansiedade não se vai embora, os músculos não descontraem, eu sei que ainda está algo por vir, eu sei que no momento em que me achar confortável vai haver algo. Sem qualquer tipo de aviso veio a sensação de náusea, de não aguentar mais, de saber que possivelmente haveria algo pior ainda por chegar. E chega, não sei como mas consegui até sentir-me muito muito enjoada, nem sabia que era possível.
Raios, os créditos finais. Eu aguentava mais tempo, a sério. Agora quem é que me tira da cadeira do Rivoli sabendo que só há mais Fantasporto amanhã?

Ana Alexandre