“The Bucket List” por Nuno Reis

Edward Cole é um homem de sucesso, extremamente rico e pouco amigável. Quando lhe diagnosticam um cancro é enviado para um dos seus hospitais onde o regulamento que ele próprio definiu o coloca no mesmo quarto que Carter Chambers. Carter é um homem amável, dedicado ao trabalho e à família e, acima de tudo, feliz. Totalmente o oposto de Edward.
Num hospital todos são iguais. Edward como dono tem alguns privilégios, claro, mas Carter tem uma família que o visita e as diferenças acabam aí. No sofrimento e tédio estão na mesma situação, e também o estão na questão fundamental da validade. Os médicos dão-lhes seis meses de vida. Recusando-se a aceitar uma morte sem sentido Edward leva Carter numa odisseia mundial para cumprirem os seus sonhos. Nessa digressão irão ver as maravilhas do mundo, fazer desportos radicais e viver.

Com estrelas como Jack Nicholson e Morgan Freeman e um consagrado realizador como Rob Reiner só se espera o melhor, mesmo quando o argumento é de um novato. “The Bucket List” é muito focado nas personagens e as interpretações é que lhe dão todo o valor e dão credibilidade a uma situação improvável. Freeman tem feito várias personagens destas, divertido e descontraído. Está prestes a morrer, contudo é incrivelmente vivaz. Daquelas personagens que deveriam viver para sempre. Também Nickolson tem enorme prática em comédias. Nesta interpretação poderia ser acusado de overacting, se não estivesse a ser igual a ele próprio. Juntos são um dos melhores duos do ano e é incrível que só aos 70 anos se tenham encontrado num filme.

A evolução do filme é agradável, mas também é construida riscando itens de uma lista. Foca-se nos temas individualmente e parece incapaz de combinar vários numa cena. Promete sempre muito, mas chega ao fim sem se tornar tudo o que poderia ter sido. Mesmo assim a mensagem é passada de forma eficaz. Não se deve perder tempo a temer a morte, só a aproveitar a vida ao máximo.