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20 anos na fila da frente

“There Will Be Blood” por Ricardo Clara

RC, February 13, 2008
A imperfeição a que todos somos votados à nascença faz com que cometamos os mesmos erros, que persigamos os mesmo sonhos e que pratiquemos os mesmos actos, redundando o acto de viver em longos círculos idiossincráticos.

Essa idiossincracia reflecte-se nos actos que, cometidos geracionalmente, se tornam actuais amiude, sem necessidade de adaptação ou de arranjos. Pura, e simplesmente, quando a actio se manifesta, a correlação temporal efectua-se automaticamente.

E se Oil!, o romance de Upton Sinclair, via uma época específica e apontava momentos concretos, esses transferem-se para a actualidade, tornando-se pertinentes e desconcertantes à luz dos acontecimentos actuais. Se o petróleo, o sangue, a inveja, a família e a religião, todos levados ao extremo, povoam a era de “There Will Be Blood” / “Haverá Sangue”, um decalque temporal aplica-se com extrema facilidade aos dias de hoje, com a religião extremada, a busca do petróleo que pode fazer estalar conflitos, e a destruturação familiar (que é um tema tão ou mais explorado nos dias de hoje pela indústria cinematográfica como o da Guerra do Iraque) leva a comportamentos desviantes, que tornam o final do séc. XIX, início do séc. XX, uma espantosa semelhança neste final de séc. XX, início do séc. XXI.

Um self-made men não tem de ser sempre um herói, e Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) é uma prova disso. Abriu a pulso valas de onde extraiu petróleo, construindo um império de extracção petrolífera, tornando-se um milionário poderoso, mas ao mesmo tempo conservando uma frieza e crueldade assustadoras.

A rampa de lançamento para a fortuna deu-a Paul Sunday (Paul Dano), que a troco de dinheiro informa Plainview da existência de um vasto lençol de petróleo debaixo da propriedade da família Sunday, em Little Boston, Califórnia. O prospector desloca-se para lá com o seu filho H.W. (Dillon Freasier), onde conhece a família Sunday, destacando-se nela Eli (Paul Dano novamente), um pregador da treta, que acorda a venda dos terrenos a troco de uma quantia para a Igreja da Terceira Revelação.
Plainview compra a quase totalidade da comunidade, iniciando uma exploração em larga escala, não se inibindo de pisar o que fosse necessário para atingir os seus propósitos. Homens morrem no processo, H.W. ensurdece fruto de uma explosão, e é enviado para uma escola para crianças com deficiências auditivas. Daniel não quer saber de mais nada a não ser ganhar dinheiro. Leva uma vida de exploração e extracção de ouro negro, acabando na sua riqueza exterior e pobreza interior.

“Citizen Kane” já havia mostrado este tipo de anti-herói, tão presente na filmografia dos anos 70, e Hollywood. Daniel Plainview é, e isso sabemos, o egocênctrico por natureza. Usa o seu «filho» para ganhar dinheiro, não tem mulheres (aliás, mulheres são seres completamente acessórios e ausentes), o que talvez fosse de esperar de um homem de integridade questionável, sendo uma incógnita que é, na verdade, este homem. Uma pergunta sem resposta, onde o filme falha – como falha na criação de profundidade das personagens: quem é H.W., quem é Plainview, quem é o «irmão»?

Mas à falta de respostas, as evidências. Daniel Day-Lewis tem uma interpretação memorável, de uma extraordinária complexidade. No tom de voz, no olhar, na perplexidade, por vezes ele próprio, por vezes John Huston, por vezes Sean Connery. Confirma o que já sabiamos: é um enorme actor, daquela categoria que possibilita a ascenção ao Olimpo. Paul Dano é igualmente de grande frieza: nas explosões bíblicas, na ambiguidade moral e de carácter, na relação errática com os restantes. Perde-se consistência neste amadorismo de ter Dano como Eli e como Paul Sunday, que de um pormenor narrativo (como o é o facto de Daniel ficar com sangue na biqueira do sapato, no mesmo sítio onde anos antes H.W. teve petróleo) passa a um fait-diver de pré-produção.

A banda sonora é estrondosa (Jonny Greenwood), como o é a fotografia (Robert Elswit), que aproveita a estrutura de profundidade dos planos com maestria, e transforma os momentos nocturnos em pdeaços de intensidade e força quase estrutural. O filme, aliás, tem momentos de enormíssima qualidade, sequências arrebatadoras e de cortar a respiração, mas essas surgem-nos a espaços, nunca atingindo o equilíbrio da narrativa e da realização na sua plenitude. Paul Thomas Anderson (“Magnolia”, 1999) confirma ser um dos grandes realizadores da sua geração, e “There Will Be Blood” confirma-se como uma das grandes obras de 2007.

Título Original: “There Will Be Blood” (EUA, 2007)
Realização: Paul Thomas Anderson
Argumento: Upton Sinclair (romance), PT Anderson
Intérpretes: Daniel Day-Lewis, Paul Dano e Dillon Freasier
Fotografia: Robert Elswit
Música: Jonny Greenwood
Género: Drama
Duração: 158 min.
Sítio Oficial: http://www.paramountvantage.com/blood
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